terça-feira, fevereiro 20, 2007




Assisti nessa última sexta-feira. Juntamente com minha namorada em uma seção quase matinê, 
em um cinema bem legal e que não era em um shopping center, foi uma surpresa boa. Muito bom o filme. Eu estava cabreiro sobre ele porque estava sendo indicado ao oscar, inclusive de melhor filme, dai... achei que era mais uma produção de "enrolar cachorro com linguiça", daquelas que já se sabe mais ou menos como vai acabar a história por ser um roteiro de clichês, produzido para dar êxito de qualquer jeito. Porém, baseado em minha pouca informação cinematográfica e também nos meus poucos anos de apreciador dessa arte, estou sendo bombardeado com grandes filmes no "Oscar" dos últimos anos, digo isso pois escuto muita gente dizer e criticar que na premiação só há coisas de qualidade duvidável e empregamentos da indústria de Hollywood. Que seja. Mas a indústria multimilionária também produz coisas boas, se é que "Pequena Miss Sunshine" é uma cria dessa indústria. Com o orçamento do filme expresso em US$ 8 milhões, não dá pra dizer que é um filme "industrial" para os termos dos norte-americanos. Fora os 5 anos que levaram para que o filme fosse finalizado por conta de problemas financeiros.

Sinopse:
Nenhuma família é verdadeiramente normal, mas a família Hoover extrapola. O pai desenvolveu um método de auto-ajuda que é um fracasso, o filho mais velho fez voto de silêncio, o cunhado é gay  e professor suicida e o avô foi expulso de uma casa de repouso por usar heroína e ser comportar de maneira inaceitável. Nada funciona para o clã, até que a filha caçula, a desajeitada Olive, é convidada para participar de um concurso de beleza para meninas pré-adolescentes. Durante três dias eles deixam todas as suas diferenças de lado e se unem para atravessar o país numa kombi amarela enferrujada.

Ficha Técnica:

Título Original: Little Miss Sunshine
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 101 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2006
Site Oficial: www2.foxsearchlight.com/littlemisssunshine
Estúdio: Deep River Productions / Bona Fide Productions / Big Beach Films / Third Gear Productions LLC
Distribuição: Fox Searchlight Pictures
Direção: Jonathan Dayton e Valerie Faris
Roteiro: Michael Arndt
Produção: Albert Berger, David T. Friendly, Peter Saraf, Marc Turtletaub e Ron Yerxa
Música: Mychael Danna e Devotchka
Fotografia: Tim Suhrstedt
Desenho de Produção: Kalina Ivanov
Direção de Arte: Alan E. Muraoka
Figurino: Nancy Steiner
Edição: Pamela Martin
Efeitos Especiais: LOOK! Effects Inc.


Premiações:
- Recebeu 4 indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Alan Arkin), Melhor Atriz Coadjuvante (Abigail Breslin) e Melhor Roteiro Original.

- Recebeu 2 indicações ao Globo de Ouro, nas categorias de Melhor Filme - Comédia/Musical e Melhor Atriz - Comédia/Musical (Toni Collette).

- Recebeu 5 indicações ao Independent Spirit Awards, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Alan Arkin e Paul Dano) e Melhor Roteiro de Estréia.

- Ganhou 2 prêmios no BAFTA, nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Alan Arkin) e Melhor Roteiro Original. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Atriz Coadjuvante (Toni Collette e Abigail Breslin).



Falei no começo no cinema que assisti ao filme. Pois é. Foi no Cine Sesi Pajuçara, Maceió, Alagoas. Uma opção muito boa, muito boa mesmo, enfatizo, para quem quer ir ao cinema, depois ou antes pode-se até ir passear nas areias da praia da Pajuçara, visitar alguns pontos turísticos da cidade, muito diferente de estar enclausurado em um prédio cheio de lojas e pessoas esnobes no pior sentido dessa palavra. Estréias de longas que muitos não iriam sonher em entrar no circuito da cidade estão entrando. Filmes brasileiro, espanhóis, americano, francês, todos. Muito bom. Uma variedade que já há muito deveria existir, mas que, pelo que se percebe, só agora está chegando aqui. Uma iniciativa enormemente linda do SESI de Maceió que, certamente, dará frutos no futuro. Eu já sou fã e apoidor desconhecido desse cinema. Se depender de mim ele fica ali até o fim dos tempos.

Informações: http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/pequena-miss-sunshine/pequena-miss-sunshine.asp

domingo, fevereiro 18, 2007

Pensamento Insano nº 7

"Vezes eu acho que não sei nada, me olho no espelho e me sinto pequeno, tento falar e não consigo, tento pensar em algo legal e nada. Vezes eu me pego olhando a janela invisível dos meus pensamentos e logo tenho vontade de pular dela".

sábado, fevereiro 10, 2007

Crônica


Em mais uma tarde quente do nordeste sai para comprar material escolar, como um menino no começo de ano escolar sai com os pais para comprar seus lápis novos, caderno, borracha, corretivo etc. No meu caso era material escolar para usar na faculdade. Estava procurando basicamente folha. Queria algo pra escrever as aulas e organizar. Mal esperava que naquela tarde eu fosse concluir algo sobre meu eu.
Já passava das três horas da tarde quando sai de casa em direção ao comércio da cidade. Desci minha rua, dobrei a esquina que já dá para a rua de uma loja de armarinho e artigos diversos. Pus os pés na loja e me bateu um desânimo. Não entendi exatamente na hora o porquê, mas no fundo eu sabia. Olhei tudo, remexi, olhei novamente e nada. Não achei o que eu queria. Normal. Entre as folhas para fichário, as agendas, os cadernos, aquele monte de parafernálias escolar eu fui afundando metafisicamente. Cai tão fundo que quando percebi estava flutuando entre um lápis de cor azul e um compasso ordinário e sarcástico.
Andei por uns 100 metros, lembrei de um caminho mais perto, passei por ambulantes que vendiam cd´s piratas e dvd´s, dei uma olhada, mas não comprei, me achei no direito de repudiar tal fato, só que foi só por um momento, até quando logo lembrei que também sou uma cópia. Continuei andando tranqüilo. Avisto outra loja de armarinho, menor que a outra, entretanto o meu desânimo era maior. Algo tinha mexido comigo. Fiquei inquieto. Cara feia, emburrado, esperando cai do céu a solução de tudo o que eu não sabia. Mas não caiu nada, talvez tenha caído algo, mas eu não percebi. Na loja eu novamente remexi tudo, olhei, voltei a olhar e nada. Eu sabia o que precisava, mas não materializei nem gostei do que já estava materializado. Uma estupidez que só vez ou outra alguém consegue alcançar de tal tamanho enorme. Não é pra tanto, talvez.
Saindo da loja, fui andando em passos largos e pensando: “Devo ter de inventar? Inventar o quê? Tenho que entender. Entender o quê? Nada se encaixa no que quero, mas, importa?” Estava precisando, porém não quis aceitar. Criancice? Chatice? Safadeza? Não. Acho, somente acho que era por que eu não sabia mesmo e não queria saber, pois eu estava esperando por algo que não veio. Algo que eu esperava com vontade e expectativa. Tinha coisas diferentes da cabeça e não eram coisas banais. Pensava em muitas coisas, tinha já planejado algumas outras. Estava perfeito ou quase. Até quando entrei na primeira loja, daí tudo mudou de repente.
É estranho como uma coisa levou a outra. As lojas e os cadernos não tinham nada a ver com minhas expectativas e angustias decorrentes de não sei até agora o quê. Não saber fazer alguma coisa é normal, corriqueiro, compreensivo. Mas não entender as coisas é uma lástima. É horrível. E tem coisa pior: Não entender e não saber fazer as coisas. Não! Tem pior que esse pior: Não entender, não saber fazer e não querer um nem outro. Talvez por isso me percebesse naquele momento uma máquina. Reproduzindo pensamentos. Raciocinando de forma abstrata e exata ao mesmo tempo numa coerência fora do normal, tão fora do normal que sou eu entendia. Talvez também eu estivesse num mundo paralelo. Em um mundo onde meus pensamentos se se materializavam e eu só precisava pensar e Puff! Apareceu uma mesa e cadeira! Puff! Apareceu as folhas e caneta. Puff! Uma folha totalmente preenchida com um inteligente raciocínio acerca do momento político-social atual, com inúmeras citações de muitos autores renomados e inteligentes. Puff! Outra folha preenchida com uma linda carta de amor, sentimentos e emoções magistralmente expressos. Puff! Lindas palavras proferidas sem ao menos mexer a boca.
Sou um rei do nada.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Pensamento Insano nº 6


"Do mesmo jeito que é para se desconfiar de loucos que não pensam, é para se desconfiar dos inteligentes, que pensam". 

sábado, fevereiro 03, 2007

Cinema não convencional  

      
    


Muitas pessoas desconhecem a grande maioria dos filmes bons que existem. Eu mesmo sei que não conheço muito do foi produzido em se tratando de cinema. Mas, acho que há dois filmes que não podemos deixar de assistir e prestar atenção em suas narrativas, trilha sonora e na idéia que eles podem nos passar e que são um pouco desconhecidos ou esquecidos.

O primeiro é, em seu título em português, Christiane F., 13 anos drogada e prostituída, do diretor Ulrich Edel. Filme que conta principalmente a história verídica de uma garota chamada Christiane Vera Felscherinow que acaba por se tornar uma viciada em heroína. O filme não se resume a isso, pode-se pensar “ah! Um filme sobre uma drogada, coisa de quem não tem o que fazer”. Pode-se pensar desse jeito vulgar, mas ao assisti-lo esses tipos de pensamentos serão arrastados para fora de sua cabeça. O ambiente, as interpretações, os atores, tudo se combina para formar um filme diferente, não convencional e realista.

O segundo é Trainspotting, uma adaptação de John Hodge e Com direção de Danny Boyle. Outro filme que narra uma história sobre jovens drogados em heroína, mas dessa vez o longa não é baseado em fatos reais, como se costuma dizer. Mesmo assim, o roteiro é tão real que chega a ser surreal e por isso ou por outras coisas foi que ganhou vários prêmios e concorreu ao Oscar de melhor roteiro adaptado. O longe se passa em Edimburgo, Escócia, onde alguns "amigos", que na verdade são ladrões e viciados, caminham inexoravelmente para o fim desta amizade e, simultaneamente (com exceção de um do bando), marcham para a autodestruição. Também se pode colocar em destaque a trilha sonora desse filme, vale a pena prestar atenção e sentir como ela se encaixa e habilita as sensações do filme. Interessante e original.


Nenhum dos filmes vai agradar se você espera ver coisas bonitas e agradáveis. Você pode até ver tais coisas, mas por outros ângulos. Ambos foram baseados em livros. Christiane F. foi baseado no livro alemão Wir Kinder Vom Bahnhoff Zoo que foi escrito por uma dupla de jornalistas, Kai Hermann e Horst Hieck. Eles ficaram fascinados com os depoimentos da jovem Christiane em seu julgamento num tribunal de infância e juventude e resolveram propor à ela uma entrevista que perdurou por meses e deu origem ao livro. Trainspotting nasceu da adaptação de John Hodge para o romance homônimo, o qual foi escrito por Irvine Welsh em 1993.


Trilha Sonora 
Trainspotting:


Trainspotting - Sem Limites (Trainspotting)
01. Lust For Life - Iggy Pop
02. Deep Blue Day - Brian Eno
03. Trainspotting - Primal Scream
04. Atomic - Sleeper
05. Temptation - New Order
06. Nightclubbing - Iggy Pop
07. Sing - Blur
08. Perfect Day - Lou Reed
09. Mile End - Pulp
10. For What You Dream Of - Bedrock/KYO
11. 2.1 - Elastica
12. A Final Hit - Leftfield
13. Born Slippy (Nuxx) - Underworld
14. Closet Romantic - Damon Albarn


Clique aqui e baixe.
SENHA: warezhell.org


Mais informações sobre os filmes: