domingo, maio 18, 2008

Livros que pretendo ler nos próximos meses:

- As Raízes do Brasil – Sergio Buarque de Holanda (pesquisar o título, não tenho certeza);

- Dicionário Filosófico – Voltaire;

- Ecce Homo; Humano Demasiado Humano – Nietzsche;

- Quando Nietzsche Chorou – Irvin Yalom;

- Elite da Tropa – Luiz Eduardo Soares, André Batista, Rodrigo Pimentel.
Cinema...


ADVOGADO DO DIABO
(título original: Devil´s Advocate)



Drama/Suspense
1997
Direção de Taylor Hackford
Atores principais: Keanu Reeves, Al Pacino e Charlize Theron.

O filme narra uma história baseado na novela do livro de mesmo nome, do escritor Andrew Neiderman. Um jovem advogado de defesa (Keanu) aparece como a mais nova sensação do tribunal do júri. Não perde nenhuma causa nem faz acordos. Com uma vida mais que feliz compartilhada com sua companheira, interpretada pela charmosa Charlize Theron. Tudo parece perfeito, como na festa de comemoração, logo após a primeira cena que mostra uma absolvição de um suposto maníaco pedófilo, mas com o passar dos minutos a virtude da perfeição acaba tomando outro rumo, com perspectivas interessantes.

No desenvolver do longa pode-se perceber o pronunciamento de algo. Não dá para apostar em um desfecho da história até irmos percebendo, aos poucos, a grande aproximação e gentileza de John Milton (Al Pacino), um dos sócios de uma grande firma de advocacia, a qual contrata o jovem advogado Kevin Lomax (Keanu) após a vitória no caso do pedófilo. A aproximação entre eles acaba nos passando uma sensação familiar. Perguntas astutas, respostas inesperadas e inteligentes... O roteiro contribui para a eletrização do espectador para com a relação entre os dois.

John Milton faz às vezes do poder. Dá as cartas, mostra as chances, tem as idéias e parece saber das resoluções todas. Não se mostra esbanjador em momentos que não se é para se proceder assim e se mostra o contrário quando o é para ser. Relativamente sedutor e espirituoso. O filme nos mostra um homem perfeito dentro de uma roda social perfeita. E o nosso jovem advogado é fisgado pelas promessas e desafios profissionais com generosos proveitos em dinheiro e reconhecimento. Fisgado pela autoconfiança, perfeição e pelo poder/dever, vide John Milton.

Desde o início do filme fica inerente a proposta de mostrar valores, e eles sendo traçados nos personagens. A vaidade do protagonista em querer nunca perder, a beleza estonteante, vezes somente sexual, de sua companheira, mas que ela mesma contêm uma grande complacência com a idéia de ser mãe, de querer um filho. A figura da mãe de Kevin Lomax, uma religiosa protestante rigorosa. As atitudes certeiras e friamente calculadas do patrão, sócio e presidente da grande firma de advocacia, John Milton. A vaidade de um lado, depois vem a luxúria e a ganância, em contraponto com a crença na justiça (justa).

Uma idéia que nos é passada é a que o protagonista perpassa por obstáculos que ele mesmo escolheu para si. Nada foi imposto. Tudo seria questão de escolha, por mais que se possa pensar que houvesse algo já traçado. Escolhas motivadas por aqueles valores negativos, também chamados de pecados, pecados capitais. Por vezes há a vontade inconsciente de achar algo para se colocar a culpa, para culpar. Até que o poderoso John Milton poderia ser esse algo, mas, ao fim do filme, veremos que não é bem assim. Talvez o protagonista possa ser a transfiguração de qualquer ser humano, fazendo escolhas e sendo motivado por suas idéias e ideais. Tendo chances. Errando ou acertando. O filme coloca em jogo a questão filosófica do certo e do errado, do justo, do querer. Filosofia simples, mas necessária para a compreensão de, também, coisas simples da vida.
Advogado do Diabo, antagonicamente ao seu título, não tem nada de Diabo. É humano até o final.
nº 24
Há pessoas que acham que ter dinheiro, possuir bens e ter
certo estatus/respeito na sociedade é inversamente proporcional a ser humilde na
concepção ampla da palavra. Para essas pessoas, disparo um grande
FODAM-SE.

Desculpem minha momentânea fúria verbal.

sexta-feira, maio 02, 2008

Cinema...


BABEL

Drama, estados unidos/méxico, 2006. Dirigido por Alejandro González Iñárritu e com roteiro de Guillermo Arriaga.

O longa é mais ou menos o seguinte: Um ônibus de turismo está atravessando uma região montanhosa do Marrocos e, entre os turistas, está o casal de norte-amoericanos Richard (Brad Pitt) e Susan (Cate Blanchett). Não longe dali, os meninos Ahmed (Said Tarchani) e Youssef (Boubker Ait El Caid) brincam com um rifle que o pai lhes deu para proteger a criação de cabras da família. Inesperadamente, um tiro atinge o ônibus e fere Susan. Este tiro vai afetar a vida de várias pessoas em pontos diversos do mundo: nos Estados Unidos, onde os filhos do casal ficaram sob os cuidados da babá mexicana; no Japão, onde um homem tenta superar a morte de sua mulher e, ao mesmo tempo, ajudar a filha surda a aceitar a perda da mãe; no México, para onde a babá leva as crianças; e no Marrocos, onde a polícia começa a procurar os suspeitos de um ato terrorista.

No elenco, além do astros Brad Pitt e Cate Blanchett, há também o Gael García Bernal (Science Of Sleep, Diários De Motocicleta), a ótima Adriana Barraza (Amores Brutos), Rinko Kikuchi e Kôji Yakusho do núcleo japonês. Destaque para as crianças Elle Fanning, Nathan Gamble, Boubker Ait El Caid e Said Tarchani do núcleo marroquino. Ótimas interpretações.


Babel conseguiu ganhar vários prêmios e cativou milhares de pessoa ao redor do mundo, muito disso graças ao roteiro de Guillermo Arriaga, , também pela idealização e competência técnica e artística do diretor Alejandro González Iñárritu.

O filme Babel pode ser entendido como a terceira parte de uma trilogia, a "trilogia da morte" de Iñarritu, sendo que as partes iniciais são os filmes: Amores Perros (Amores Brutos) e 21 Grams (21 Gramas). Também estes filmes são um novelo de personagens desconhecidas que se cruzam ao longo dos seus percursos. De índole dramática, os filmes sublinham a fragilidade das escolhas das personagens e, em última análise, da nossa actuação na vida real.

Apesar de ter recebido algumas crítica, construtivas, claro, apontando para a decaída, por assim dizer, desse último filme do diretor em face dos outros, acho um ótimo filme e uma excelente dica para uma compra do DVD. Comprem ou loquem, mas assistam. Os três filmes, Amores Brutos, 21 Gramas e Babel.