segunda-feira, outubro 15, 2007


Cinema,

As Invasões Bárbaras

Les Invasions Barbares, Canadá, 2003, Drama.

Filme do pouco conhecido, talvez, diretor Denys Arcand. Começo logo a bradar que, para quem não conhece o trabalho desse diretor, é uma ótima surpresa começar a conhecer por esse filme, mesmo que depois eu possa vir a não gostar dos outros trabalhos dele, e, adianto, quero assistir o antecessor desse filme, O Declínio do Império Americano. Agora falemos um pouco da questão.

O título do filme sugere algo que, na verdade, não seria o que realmente é, ou pelo menos para mim foi assim. Claro, com um pouco mais de observação pode-se dizer que tem muito a ver, sim, esse título, mas de início pensei que fosse sobre outras coisas, pura ingenuidade de quem sabe quase nada.

O longa narra a história de Rémy (que já é um personagem do diretor, do filme O Declínio...) que está à beira da morte e com dificuldades de aceitar seu passado, buscando encontrar uma paz interior, assim, sem procurar, ele recebe a ajuda de seu filho ausente Sébastien, sua ex-mulher, velhos e novos amigos.

O filme tem muito de ideológico. Como há nos extras do DVD, o diretor colocou muito de si nos personagens e em cenas, há uma cena que foi exatamente um fato que ocorreu com ele. O personagem principal, o mal-humorado e forte ideólogo professor Rémy, se mostra relutante com seu passado e com o que queria, com o que fez e não fez, com o que sabe e com o que importa. Há questionamentos, conflitos. Há muito de política também, mas tudo isso colocado de forma a sugerir que o espectador continue a cada minuto querendo continuar assistindo. Posso até adiantar: Seria Rémy a figura de uma coisa arcaica, ultrapassada e mal entendida: o comunismo/socialismo; e seu filho a figura do novo, do bem sucedido e “democrático”: o capitalismo/mercado? Há essa intervenção sociológica/humana que achei maravilhosa.

Dentre outros prêmios, o longa ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro e tem atuações belíssimas. O próprio diretor deixou claro que ele é, também, uma visão de como morrer feliz, se o entendi bem.

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